segunda-feira, 1 de junho de 2009

Entrevista com a Diretora de Arte Marja Calafange

Marja Calafange concluiu o curso de Cinema Digital do Centro Europeu, em Curitiba (2007).Desde então, tem atuado em experiências vinculadas ao cinema e a fotografia artística tendo a Direção de Arte como principal atividade.
Em 2008, realizou Direção de Arte de dois curtas-metragens: “E agora José?” - vencedor do prêmio RPCTV 2009 - e do “Filme de Casamento”, ambos foram exibidos no quadro Casos e Causos da Revista RPC.
Marja também é artista plástica e trabalha com materiais variados como argila, concreto, vidro, mosaico, papel, entre outros.


1- Qual foi a sua motivação para participar do filme?

Fui muito motivada pela singularidade da obra, por ser um filme que trata da fragilidade.
Como é a história de um fotógrafo que possui como principal característica a relação visual com o mundo, a direção de arte torna-se uma peça indispensável para pontuar a personalidade deste personagem.


2- Qual foi o conceito da arte deste filme? O que você queria transmitir com este conceito?


A Direção de Arte trouxe uma atmosfera leve, que remete à efemeridade do tempo agregando elementos que representam este estado transitório das coisas em sutis detalhes e por esse motivo, optamos pelo uso de materiais orgânicos.
A ideia principal foi criar uma estética naturalista que soasse real, mas de certa forma manipulada, subentendendo um conceito em imagens. Outra constante na arte foi o aspecto de abandono, os ambientes foram cuidadosamente construídos para transmitir esta sensação.


3- Em geral, como foi o trabalho de direção de arte no filme?


É um grande desafio construir uma direção de arte de um longa-metragem com zero de verba, então tivemos que ser muito criativos e desenrolados. Não havia dinheiro pra comprar papel de parede para texturizar alguns fundos que estavam chapados, então fizemos textura reciclando materiais, por exemplo: na locação que seria a casa do personagem principal, criamos um fundo falso com filtros de café usados que sobrepostos faziam camadas na parede.
Quando você assume um projeto deste porte e sabe que não terá verba disponível para comprar materiais, ou você desiste da ideia, ou tenta reproduzí-la. Esse foi o nosso ponto de partida para conseguir executar os conceitos que definimos.
Tivemos também muita sorte de ter bons contatos para conseguir objetos interessantes e sem custos, que amigavelmente foram cedidos ao longa! Conseguimos tudo com muita raça, muita correria e bom humor, e no final deu tudo certo, fiquei bastante satisfeita com o resultado estético do filme.


Portifólio Fotográfico de Marja Calafange: http://www.flickr.com/photos/autumnblue/